A pesquisa histórica que revelará novos olhares sobre os monumentos de Bruno Segalla

Publicado em 12 de agosto de 2024

Um mergulho no patrimônio cultural de Caxias do Sul

Todo monumento guarda mais do que pedra, metal ou bronze. Ele guarda histórias. Histórias sobre quem o criou, sobre quem ele homenageou e sobre a cidade que o abriga. Será com essa perspectiva que nascerá a pesquisa histórica desenvolvida no âmbito do projeto Museus, Monumentos e Memórias, que será conduzida pela historiadora Ana Paula de Almeida.

O objetivo será documentar e compartilhar informações sobre seis monumentos icônicos de autoria de Bruno Segalla em Caxias do Sul, preservando não apenas a memória do artista, mas também o contexto e as narrativas associadas a essas obras.

A pesquisa percorrerá caminhos diversos:

• O acervo do Museu Instituto Bruno Segalla, onde estarão guardados esboços, fotografias e documentos originais do artista.

• O Arquivo Histórico Municipal, que abriga registros oficiais, jornais antigos e informações sobre a cidade na época da criação das obras.

• Entrevistas com pessoas que vivenciaram a produção e a inauguração dos monumentos, resgatando memórias que dificilmente serão encontradas em livros.

Cada fonte trará uma peça para completar o quebra-cabeça. Alguns documentos revelarão detalhes sobre o processo criativo de Segalla, outros mostrarão curiosidades sobre as personalidades retratadas e, em alguns casos, surgirão até histórias paralelas envolvendo moradores e admiradores da obra.

Mais que esculturas, capítulos de uma história coletiva

Entre os monumentos que serão pesquisados, estarão homenagens a figuras centrais da história local, como Ana Rech, Padre Eugênio Ângelo Giordani e Dr. Henrique Ordovás Filho.
• Ana Rech, por exemplo, será lembrada por sua força e liderança comunitária, sendo símbolo de união e determinação para a comunidade caxiense.

• Padre Eugênio, reconhecido como exemplo de dedicação religiosa e social, deixou marcas profundas na vida de muitas famílias.

• Dr. Ordovás Filho, além de médico, foi um entusiasta das artes e da cultura.

Ao retratar essas figuras, Segalla não apenas eternizou rostos e gestos, mas também valores e ideais que marcaram a construção da identidade local.

Todo esse material, que antes estava disperso ou restrito a arquivos físicos, será organizado em um relatório estruturado e transformado em textos acessíveis ao público.

O resultado estará disponível gratuitamente no site do Instituto Bruno Segalla, permitindo que qualquer pessoa possa acessar fotos, informações históricas e curiosidades sobre cada monumento. Assim, a pesquisa cumprirá um papel fundamental, democratizar o acesso ao conhecimento.

Conexão entre passado e presente

Mais do que recuperar fatos, essa pesquisa contribuirá para aproximar a comunidade do seu próprio patrimônio. Ao conhecer as histórias por trás das esculturas que encontraremos na cidade, nossa relação com elas mudará, deixaremos de vê-las como simples “decoração urbana” e passaremos a reconhecê-las como marcos de memória. E essa mudança de olhar terá efeitos práticos. Professores poderão usar as informações para enriquecer aulas de história e arte. Guias turísticos ganharão novos conteúdos para compartilhar com visitantes. E os participantes das oficinas e das visitas mediadas passarão a se sentir ainda mais parte da história da cidade.

Conclusão

O trabalho de pesquisa histórica do projeto Museus, Monumentos e Memórias será um lembrete de que cada obra de arte pública será uma janela para o passado. E, graças à dedicação da equipe envolvida, essas janelas estarão abertas para todos que queiram conhecer, aprender e se inspirar.