Quando o patrimônio se torna mais acessível, a cidade ganha novos olhares
No dia 24 de setembro de 2024, o Instituto Bruno Segalla realizou o primeiro seminário do projeto Museus, Monumentos e Memórias, com um tema urgente e transformador: “Museus, Acessibilidade e Inclusão”. Mais do que um evento acadêmico, foi um espaço de encontro entre professores, mediadores culturais, gestores de museus e agentes sociais, unidos pelo desejo de tornar a experiência do patrimônio cultural mais inclusiva para todos.
Por que falar de acessibilidade no patrimônio?
O patrimônio cultural, seja um monumento ao ar livre ou uma exposição em um museu, é um bem coletivo. Mas, para que ele seja verdadeiramente de todos, é preciso que todos possam vivenciá-lo, independentemente de barreiras físicas, sensoriais ou cognitivas.
Historicamente, a acessibilidade em espaços culturais foi vista como algo opcional ou secundário. No entanto, as discussões mais recentes, e experiências concretas, mostram que incluir é enriquecer. O seminário de setembro partiu dessa premissa: pensar acessibilidade como elemento central na relação entre público e patrimônio.
Uma programação intensa e inspiradora
Realizado na sede do Museu Instituto Bruno Segalla, no Campus 8 da UCS, o seminário teve quatro palestras e workshops conduzidos por especialistas com experiência em acessibilidade cultural e educação patrimonial.
Os temas abordaram desde práticas inclusivas em museus até metodologias para mediação cultural com públicos diversos, passando por experiências de acessibilidade sensorial e estratégias de engajamento comunitário.
Para ampliar o alcance, o evento contou com:
- Intérprete de Libras;
- Audiodescrição para participantes com deficiência visual;
- Transmissão ao vivo via Zoom, possibilitando a participação remota.
Dados que contam histórias
O seminário reuniu 45 inscritos, dos quais 27 estiveram presentes no local, somados a 9 pessoas da equipe e convidados. Embora os números pareçam modestos, o impacto foi profundo: professores relataram que iriam adaptar suas aulas a partir das experiências discutidas; mediadores culturais saíram com novas ferramentas para trabalhar a inclusão em visitas guiadas; gestores de espaços culturais enxergaram caminhos para adequar exposições e programações.
Um marco para o Instituto Bruno Segalla
Além do conteúdo, o seminário marcou o lançamento do novo site do Instituto Bruno Segalla e da pesquisa histórica sobre os monumentos de Bruno Segalla. Foi também o momento de divulgar o edital para inscrições das oficinas de educação patrimonial, abrindo oficialmente a participação das escolas da rede pública no projeto.
Essa convergência de ações transformou o dia em um marco para a instituição, mostrando que acessibilidade e memória caminham lado a lado.
Curiosidades dos bastidores
- A escolha da data não foi aleatória: coincidiu com a abertura da exposição “Bruno Segalla – Monumentos e Memórias”, permitindo que os participantes vivenciassem na prática o diálogo entre teoria e experiência sensorial.
- Durante uma das palestras, foi realizado um exercício em que participantes foram convidados a experimentar a audiodescrição de obras. Muitos relataram ter “visto” detalhes que antes passavam despercebidos, mesmo sem barreiras visuais.
Acessibilidade como caminho, não como destino Mais do que um evento pontual, o seminário de setembro foi um ponto de partida para uma mudança de mentalidade. O Instituto Bruno Segalla reforçou que a missão de educar e preservar só se cumpre plenamente quando todas as pessoas podem acessar, compreender e se conectar com o patrimônio.
Conclusão: inclusão que transforma
Ao reunir profissionais de diferentes áreas para discutir práticas e políticas de acessibilidade cultural, o seminário contribuiu para ampliar o alcance do patrimônio de Caxias do Sul. Cada participante saiu dali com a consciência de que acessibilidade não é apenas remover barreiras, mas criar pontes.



