Um mergulho no patrimônio cultural de Caxias do Sul
Todo monumento guarda mais do que pedra, metal ou bronze. Ele guarda histórias. Histórias sobre quem o criou, sobre quem ele homenageou e sobre a cidade que o abriga. Será com essa perspectiva que nascerá a pesquisa histórica desenvolvida no âmbito do projeto Museus, Monumentos e Memórias, que será conduzida pela historiadora Ana Paula de Almeida.
O objetivo será documentar e compartilhar informações sobre seis monumentos icônicos de autoria de Bruno Segalla em Caxias do Sul, preservando não apenas a memória do artista, mas também o contexto e as narrativas associadas a essas obras.
A pesquisa percorrerá caminhos diversos:
• O acervo do Museu Instituto Bruno Segalla, onde estarão guardados esboços, fotografias e documentos originais do artista.
• O Arquivo Histórico Municipal, que abriga registros oficiais, jornais antigos e informações sobre a cidade na época da criação das obras.
• Entrevistas com pessoas que vivenciaram a produção e a inauguração dos monumentos, resgatando memórias que dificilmente serão encontradas em livros.
Cada fonte trará uma peça para completar o quebra-cabeça. Alguns documentos revelarão detalhes sobre o processo criativo de Segalla, outros mostrarão curiosidades sobre as personalidades retratadas e, em alguns casos, surgirão até histórias paralelas envolvendo moradores e admiradores da obra.
Mais que esculturas, capítulos de uma história coletiva
Entre os monumentos que serão pesquisados, estarão homenagens a figuras centrais da história local, como Ana Rech, Padre Eugênio Ângelo Giordani e Dr. Henrique Ordovás Filho.
• Ana Rech, por exemplo, será lembrada por sua força e liderança comunitária, sendo símbolo de união e determinação para a comunidade caxiense.
• Padre Eugênio, reconhecido como exemplo de dedicação religiosa e social, deixou marcas profundas na vida de muitas famílias.
• Dr. Ordovás Filho, além de médico, foi um entusiasta das artes e da cultura.
Ao retratar essas figuras, Segalla não apenas eternizou rostos e gestos, mas também valores e ideais que marcaram a construção da identidade local.
Todo esse material, que antes estava disperso ou restrito a arquivos físicos, será organizado em um relatório estruturado e transformado em textos acessíveis ao público.
O resultado estará disponível gratuitamente no site do Instituto Bruno Segalla, permitindo que qualquer pessoa possa acessar fotos, informações históricas e curiosidades sobre cada monumento. Assim, a pesquisa cumprirá um papel fundamental, democratizar o acesso ao conhecimento.
Conexão entre passado e presente
Mais do que recuperar fatos, essa pesquisa contribuirá para aproximar a comunidade do seu próprio patrimônio. Ao conhecer as histórias por trás das esculturas que encontraremos na cidade, nossa relação com elas mudará, deixaremos de vê-las como simples “decoração urbana” e passaremos a reconhecê-las como marcos de memória. E essa mudança de olhar terá efeitos práticos. Professores poderão usar as informações para enriquecer aulas de história e arte. Guias turísticos ganharão novos conteúdos para compartilhar com visitantes. E os participantes das oficinas e das visitas mediadas passarão a se sentir ainda mais parte da história da cidade.
Conclusão
O trabalho de pesquisa histórica do projeto Museus, Monumentos e Memórias será um lembrete de que cada obra de arte pública será uma janela para o passado. E, graças à dedicação da equipe envolvida, essas janelas estarão abertas para todos que queiram conhecer, aprender e se inspirar.


