Quando a cidade vira sala de aula e o patrimônio vira inspiração
Após o impulso e as reflexões do seminário “Sustentabilidade, Educação e Felicidade”, o Instituto Bruno Segalla deu início, em abril de 2025, à segunda rodada das oficinas do projeto Museus, Monumentos e Memórias.
Se em 2024 quatro escolas haviam participado da experiência, em 2025 o número subiu para seis escolas da rede pública, reunindo novas turmas, novas narrativas e novas interpretações sobre o patrimônio cultural da cidade.
A metodologia que transforma o olhar
As oficinas mantiveram o fio condutor da educação patrimonial, estimulando os estudantes a “ler” a cidade e compreender que eles também fazem parte de sua história.
Mais do que transmitir informações, a proposta foi vivenciar a cidade como espaço de aprendizado e de criação, percorrendo o museu, monumentos e espaços de memória, sempre com os trabalhos de Bruno Segalla como ponto de partida.
Três encontros, múltiplas experiências
Cada turma participou de três etapas, que já haviam feito sucesso no ano anterior, mas que ganharam novas interpretações com os novos grupos:
- O Meu Tesouro
- Visita à exposição permanente do Instituto Bruno Segalla.
- Discussão sobre patrimônio e memória pessoal.
- Criação de uma caixa de tesouros, reunindo objetos e registros simbólicos da vida de cada aluno.
- Nosso Percurso
- Visitas mediadas pelos monumentos de Bruno Segalla espalhados pela cidade.
- Observação da relação das obras com o espaço urbano.
- Debates sobre conservação e sugestões criativas para aproximar o público desses monumentos.
- Fazendo Arte
- Produção coletiva de releituras artísticas dos monumentos visitados.
- Criação de esculturas em pequena escala.
Conexões entre o passado e o presente
O que chamou atenção nas oficinas de 2025 foi como os alunos conseguiram relacionar o patrimônio histórico com questões contemporâneas.
Um grupo, por exemplo, fez uma releitura do monumento ao Padre Eugênio Ângelo Giordani, adicionando elementos gráficos que remetiam à preservação ambiental, conectando espiritualidade, natureza e cuidado com a cidade.
Outro destaque foi uma caixa de tesouros que incluía sementes de plantas e uma carta sobre “o futuro verde de Caxias do Sul”, mostrando como a experiência das oficinas incentivou os jovens a pensar o patrimônio também como herança ambiental.
Momentos que ficaram na memória
- Uma estudante comentou que nunca havia entrado em um museu e que, ao conhecer o Instituto Bruno Segalla, percebeu que “os museus não são lugares distantes, mas parte da nossa vida”.
- Durante uma visita a um monumento, um aluno sugeriu que a cidade criasse uma rota turística temática de Bruno Segalla, integrando arte, história e gastronomia local.
- Nas atividades de arte, alguns grupos exploraram técnicas mistas, combinando fotografia, colagem e escultura, criando obras com forte caráter experimental.
Impactos para além da sala de aula
Os professores relataram que, após as oficinas, os alunos passaram a observar e comentar mais sobre o espaço urbano, questionando a situação de praças, prédios históricos e obras públicas.
Em algumas escolas, a experiência inspirou projetos internos, como um mural temático.
Conclusão: jovens como protagonistas da memória
As Oficinas 2025 reafirmaram que o patrimônio não é um assunto distante ou reservado a especialistas.
Quando crianças e adolescentes têm a oportunidade de conhecê-lo de forma vivencial e criativa, tornam-se protagonistas da preservação e da valorização da memória coletiva.
O Instituto Bruno Segalla segue firme em sua missão de conectar gerações e inspirar novas histórias para a cidade, lembrando que o futuro da preservação começa na curiosidade e no olhar atento dos mais jovens.



