Quando a memória da cidade encontra novos públicos
O projeto Museus, Monumentos e Memórias nasceu com a missão de aproximar professores, estudantes e comunidade do patrimônio cultural de Caxias do Sul, especialmente das obras do escultor Bruno Segalla.
Mas seu compromisso não parou aí, como contrapartida social, o Instituto Bruno Segalla levou essa experiência para públicos que raramente têm acesso a museus e exposições, garantindo que a arte e a história da cidade chegassem a todos, sem barreiras.
Cinco encontros, muitas conexões
Em 2025, foram realizadas cinco visitas mediadas à exposição “Bruno Segalla – Monumentos e Memórias”, sempre acompanhadas por oficinas de educação patrimonial adaptadas às necessidades de cada grupo.
Participaram dessas ações:
- APADEV – Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais;
- Casa Anjos Voluntários;
- Grupo da Terceira Idade Vidas em Movimento;
- Centro de Atenção à Criança e ao Adolescente Murialdo Santa Fé;
- Escola Estadual Helen Keller.
Cada encontro foi pensado para proporcionar experiências acessíveis, interativas e significativas, respeitando as especificidades de idade, contexto social e necessidades sensoriais.
Acessibilidade como princípio
As visitas não se limitaram a uma simples mediação. O Instituto Bruno Segalla incorporou recursos como audiodescrição, materiais táteis e linguagem adaptada, garantindo que participantes com deficiência visual ou auditiva pudessem vivenciar plenamente o conteúdo.
Na APADEV, por exemplo, o público teve acesso a reproduções em miniatura de uma das esculturas de Bruno Segalla, permitindo explorar as formas e texturas por meio do tato. Já na Escola Helen Keller, o uso de Libras em toda a mediação assegurou que a experiência fosse inclusiva do início ao fim.
Atividades que despertam pertencimento
Além da visita à exposição, todos os grupos participaram de oficinas práticas. Nessas atividades, foram incentivados a relacionar a história de Caxias do Sul com suas próprias vivências.
No grupo Vidas em Movimento, por exemplo, muitos participantes compartilharam memórias de espaços e eventos históricos que marcaram suas vidas. Na Casa Anjos Voluntários, crianças criaram desenhos e pequenos objetos que representavam “o que gostariam de preservar para o futuro”.
Esses exercícios reforçaram o entendimento de que o patrimônio não é apenas o que está nos museus ou nas praças, ele também está nas histórias, hábitos e objetos significativos da vida cotidiana.
Curiosidades e bastidores
- Uma participante da APADEV disse que, ao tocar uma miniatura de escultura, “viu com as mãos” a expressão do rosto retratado.
- No grupo de idosos, uma das oficinas gerou a ideia de um “mapa afetivo” da cidade, no qual cada pessoa indicou um lugar de Caxias do Sul que carrega memórias importantes.
Mais que contrapartida: compromisso com a comunidade
Essas ações provaram que inclusão cultural não é apenas abrir portas, mas ir ao encontro dos públicos, adaptando linguagem, recursos e formatos para garantir participação real.
Ao levar a experiência do patrimônio para grupos tão diversos, o Instituto Bruno Segalla ampliou o alcance do projeto e fortaleceu o vínculo da comunidade com sua própria história.
Conclusão: o patrimônio é de todos e para todos As contrapartidas do Museus, Monumentos e Memórias reafirmam que o acesso à arte e à história deve ser universal. Ao criar experiências acessíveis e inclusivas, o Instituto Bruno Segalla não apenas cumpre um requisito de edital, mas cumpre sua missão institucional, formar cidadãos conscientes, orgulhosos de sua identidade e comprometidos com a preservação do patrimônio cultural.


